quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

"Alguns Porquês..."


Sabe o que dói de verdade, quando a vida te aperta na parede da realidade? Então... Chega uma hora na vida, em que você é obrigada a parar mesmo andando, e ter que olhar para trás e para a frente ao mesmo tempo, como se a vida fosse um passeio de carro, olhando-se o para-brisa e o retrovisor ao mesmo tempo... Só que a vida não para, não volta de marcha ré, não dá pra mudar o passado, e o melhor lugar para o passado, é deixá-lo no seu devido lugar de nome, e quando o passado não nos trás boas lembranças, o que se deve levar é apenas a dolorida experiência vivida, para não sofrer novamente e nem cometer os mesmos erros... As vezes uma simples decisão pode mudar tudo, um sim ou um não, pode levar alguém, desde o mais belo e encantador raiar do sol, até as mais negras e sombrias noites... E a vida tende a nos colocar na parede muitas vezes, e nos faz refletir sobre coisas das quais, devido a correria do dia a dia, não nos permitimos pensar, e as  classificamos até mesmo como "bobagens"... Então, de repente a vida te dá um sacode, e isso faz com que você se pergunte: E se tudo acabasse agora? Estaria eu feliz com o que fiz? Estaria realizada em todos os sentidos? Estaria eu em paz comigo mesma e com os outros? Eu fiz quem mais amo feliz? Eu fui feliz? Quais as honras da minha alma? Me permiti ser feliz? Sei que não são perguntas tão simples de responder o quanto parece, porém necessárias muitas vezes... E a vida te esfrega na cara que viver, é bem mais que completar apenas o ciclo da vida, nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e morrer... Então, você percebe que fez tanto pelos outros e nada ou muito pouco por si mesma... No final, você deita, e no meio da escuridão da noite, sente medo, olha pra os lados, tateia a sua volta e percebe que não há ninguém que segure a tua mão, ninguém pra te abraçar, te proteger do pesadelo e te fazer sentir-se segura... O medo da solidão aumenta e bate um calar frio na espinha, o coração vai desacelerando aos poucos, uma angústia tomando conta de si, gritar já não adianta e os olhos se fecham e se apertam devagar, a alma parece deslocar-se aos poucos, em segundos... Nesse momento, um filme se passa na mente, a vida te faz lembrar de coisas e te faz enxergar detalhes nunca percebíveis antes... E tudo vai perdendo a cor, o formato, o sentido, a certeza. Fica apenas o medo, a dúvida e a solidão... Até que despertamos num novo dia, e vamos juntando nossos cacos aos poucos, tentando transformar o que restou numa nova realidade, procurando novas certezas, novos motivos, novos horizontes, e até mesmo, um motivo maior para continuar no mesmo horizonte... E assim vamos nos dando conta, de que não vivemos metade dos nossos sonhos, não fizemos metade das coisas que desejamos, não tiramos do papel metade dos nossos planos e projetos de vida... E acabamos lamentando amargamente por deixar que coisas relevantes, nos tirasse o prazer de viver momentos encantadores, de pura felicidade, que hoje fariam toda a diferença na nossa vida... E que isso nos sirva de combustível para correr em busca dos nossos sonhos... E você enxerga que trabalhou tanto, se desgastou tanto, se doou tanto, e nada fez por si mesma, não desfrutou metade do que ganhou, metade do seu esforço consigo, e percebe que passou o tempo ocupado demais com trabalho, que esqueceu de você mesmo na linha do tempo da vida... Fez feliz a outrem, mas sempre adiando a sua própria felicidade, e que não dedicou a quem mais ama, metade do seu tempo, do seu dia, da sua atenção... E começa a se culpar pelas coisas que deveria ter feito, pelos momentos que não viveu, pelas coisas simples que não deu importancia, pelos detalhes que não preparou, pelas vezes que renegou o amor verdadeiro por puro egoísmo e até por se doar demais a quem não merecia e deixar de lado quem realmente é importante e especial para você... E vem as indagações fortes: Quantas coisas fiz e tantas por fazer? Quantos sonhos a realizar? Lugares a conhecer? Um amor tão adiado para viver... E onde estar o meu amor agora? Será que ainda há tempo de vivê-lo? Lutei tanto pra conquistar na vida e o que fazer agora? De que vale a vida? Se vale tanto a pena viver, então porque vivemos por viver? E vão surgindo os porques. Porque não fiz isso? Porque... Acabamos percebendo que damos ouvido demais a pessoas vazias de amor e cheias de frustrações, ricas por fora e míseras por dentro, que não tiveram sucesso na vida amorosa e que de alguma forma, despejam seu veneno em cima de quem só quer ser feliz. São como bombas-relógio, sempre prestes a detonar, sempre criticando e nos fazendo sentir medo de nós mesmos, medo do amor, medo de ser feliz, medo de arriscar. Mas no final vemos, que de qualquer forma sempre irão falar coisinhas... Exagero? Talvez. Medo? Esse sempre nos acompanha, só não é mais forte do que eu mesma, não mais! E quanto as perguntas, as indagações? Também não sei todas as respostas, talvez nem saiba um dia... Mas há uma coisa que tenho certeza, que dói de verdade e que não quero mais em minha vida, é ter novamente que deitar sozinha, nessa cama fria e sentir uma lágrima quente rolar em meu rosto, por chorar calada, a solidão fria, de uma noite sombria, que parece nunca acabar...

Eu quero mais é viver  presente, sem as sombras do passado, sem me preocupar com os comentários alheios, e seguir minha própria trilha, sem desculpas, sem rodeios, sem medos!





Autora: Daiane Vieira.
Música de Fundo: "Eu te quero só pra mim - Grupo Revelação"
Ilustração: Imagens do Google.

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