quinta-feira, 31 de outubro de 2019

"Amor Próprio"


As vezes eu fico a me perguntar… O que nos prende a alguém que não nos faz mais bem?

Mas há um porém, muitas vezes a gente não quer enxergar o que está a um palmo do nosso nariz, e prefere se apegar ao que já foi bom, tão somente para não encarar a realidade que nos faz sofrer.
Então, me pergunto… O porque de não se libertar?
Medo? Talvez! Mas acredito que a resposta certa para se chama: Falta de Amor próprio!
Pois a gente se apega tanto a alguém, que criamos nosso “mundinho” em torno dessa pessoa, e tudo o que planejamos, pensamos, almejamos, envolvemos este alguém, chegamos a ser dependentes desse alguém e isso cria um apego, eu diria que, como um cordão umbilical, a diferença é que, o cordão umbilical, é um laço que é gerado de dentro para fora, e o apego é o contrário, de fora para dentro. E a gente acha, que cortar esse cordão é a coisa mais difícil do mundo, mas te garanto que não. Pode parecer, pois quando há um sentimento verdadeiro e puro envolvido, o desdobramento se torna mais delicado. Porém, porque ter mais medo de deixar o que não nos faz bem, do que se libertar da dor? Então, volto a afirmar, isso se chama, falta de amor próprio.
Quando amamos a nós mesmos, mais do que a outrem, então passamos a ter mais segurança em nós, passamos a nos sentir mais fortes, determinados, capazes, independentes e confiantes. Lógico que, quem não quer ter alguém ao lado, que possa contar sempre, seja nos momentos bons ou ruins? Todos queremos! Mas se estamos a nos dedicar tanto a alguém, que não nos retribui, então estamos convictos que podemos viver sem este alguém e estaremos livres, confiantes e abertos a encontrar alguém que torne essa “parceria” possível. Sim, porque uma relação também é uma parceria, uma via de mão dupla, onde doamos um pouco de nós e recebemos em troca, do outro alguém, uma parte de si. Mas quando isso já não existe, e passamos a sobreviver exaustivamente em uma relação desgastada, onde já não existe mais excessos de momentos bons, então, estamos apegados ao que foi, ao que já passou, ao que não existe mais.
Então você me pergunta: E não existem altos e baixos numa relação? Sim, sim! Mas isso é algo passageiro, uma fase curta, entenda bem, um período muito pequeno, que é totalmente reversível e estabilizado rápido. Não adianta viver anos com alguém, dizendo que é só uma fase, porque não é. Vem o desgaste, e com ele uma centena de energias negativas, que nos tornam frágeis e nos faz perder o amor próprio. Nos tornando refréns de nós mesmos, presos a alguém que não nos faz bem, que não existe mais, com medo de libertar-se para o mundo e para os jardins amplos da vida.

Abra suas asas, livre-se das algemas imaginárias, dispa-se do medo, e aventure-se com cautela a ser livre da dor interior e busque novos ares, novos risos, novas amizades, novos amores…




Autora: Daiane Vieira.
Música: Amor Próprio - Aviões do Forró
Imagem: Google Imagens